A Lagoa Santa
Nascente pura e cristalina
D’uma alma boa (por Deus sempre assistida)
A lágrima a convida
Tao indefesa naquela mão assassina
A dor real que volta na esquina (de tão grande a ferida)
No coração d’uma flor inocente e querida
Ela repleta de Amor (diante daquele horror)
A espera de um milagre!
A espera de um verdadeiro amor!
Um vestido branco no corredor!
O piano tocando sem dor!
A aliança com Deus e na mão!
Ah, se o mundo fosse santo...
Santo só amaria Santo.
E náo haveria tanta maldade e nem pranto.
Hoje ainda me espanto...
Com tanto espírito das trevas, pelos cantos!
Hoje ainda me encanto...
Com cada verso que ainda inspiro e proclamo:
no silêncio das palavras, bucolicamente, aqui eu canto!
O tempo me tirou muito...
Trouxe-me o cansaço pelo estrago...
O tempo me tirou muito...
Mas a poesia, a arte, ainda não!
O terço na máo direita e a Fé no coração!
Ainda que seja uma Fé dentro de uma gaiola...
Com as asas quebradas pelo mal, e no chão!