A Lagoa Santa

Nascente pura e cristalina

D’uma alma boa (por Deus sempre assistida)

A lágrima a convida

Tao indefesa naquela mão assassina

A dor real que volta na esquina (de tão grande a ferida)

No coração d’uma flor inocente e querida

Ela repleta de Amor (diante daquele horror)

A espera de um milagre!

A espera de um verdadeiro amor!

Um vestido branco no corredor!

O piano tocando sem dor!

A aliança com Deus e na mão!

Ah, se o mundo fosse santo...

Santo só amaria Santo.

E náo haveria tanta maldade e nem pranto.

Hoje ainda me espanto...

Com tanto espírito das trevas, pelos cantos!

Hoje ainda me encanto...

Com cada verso que ainda inspiro e proclamo:

no silêncio das palavras, bucolicamente, aqui eu canto!

O tempo me tirou muito...

Trouxe-me o cansaço pelo estrago...

O tempo me tirou muito...

Mas a poesia, a arte, ainda não!

O terço na máo direita e a Fé no coração!

Ainda que seja uma Fé dentro de uma gaiola...

Com as asas quebradas pelo mal, e no chão!

Simone Bernardes
Enviado por Simone Bernardes em 11/02/2012
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