A cobra dá o seu bote,
O sapo salta de lado.
A cobra se enrodilha
Com redobrado cuidado.
Mas agora o sapo pula,
Dá a mordida e anula
Do ofídio a intenção.
Quem ia comer o almoço
É, agora, refeição.
Tem cobra que engole sapo,
Tem sapo que engole cobra,
Pois há veneno de sobra
Em nosso reino animal.
Um segundo de descuido:
Eis o engano fatal.
Tu vês aquela morena
Com uma boca pequena
E um olhar de tição?
Cuidado ao armar o bote.
Tudo pode ser um trote,
Pois permanece a questão:
A cobra engole o sapo,
Ou o sapo engole a cobra?
Que vai ser a refeição?
Manhuaçu(MG), 28 de janeiro de 2012, às 22:43 hs.