Porco, Porca, Porquinho
(Cada sapo com sua Sapa)
Sharik Letak
Rola o porquinho na lama
Para pegar a maminha
Da grande porca, a matrona.
Chega o porco e empurra o bicho,
Faz aquilo com capricho
Pra ajudar o trapalhão.
É lama pra todo lado
Mas o porco enamorado
Ama sua porca sujona.
Adora o cheirinho dela,
Baba, lambe a Cinderela,
Ela é sua princesa.
Ela o olha enamorada,
Vira os olhos regalada
Com a carícia suína.
- Tão feia que me maltrata,
(Diz alguém meio à socapa)
Seu mau cheiro de arrelia!
Mas o sábio contra-ataca:
- “Cada sapo com sua sapa”
Ela é papisa ele o papa,
Talvez foste um porco algum dia!”
Homenagem à grande Tomásia, uma doméstica nota 10 que serviu a Família Brandão toda a vida, com aquela dedicação que só as grandes almas possuem, e que foi uma coluna forte para minha esposa em sua enfermidade.
Quando alguém estranhava o casamento de uma mulher feia com homem bonito ou vice-versa, ela rebatia na hora: “Cada sapo com sua Sapa!”
Certo dia, numa conversa com meu cunhado Alberto ela falou:
-
Num ovo bem, o que você falou?
O Alberto retrucou na hora:
-
Tomásia, não é “ovo” é ouço, “ovo” é de galinha.
A Tomásia respondeu na bucha:
-
Osso também é de galinha!
Num outro dia eu entrei na cozinha para uma xícara de café, e brincando com ela (que era analfabeta e falava um português todo errado), gritei:
-
Is there coffee for me?
Ela respondeu na hora:
- Pega aí na garrafa!
Grande alma como a dela, se habita, por um milagre, ainda, o reino das cousas conscientes, haveria de gostar do poemeto acima.
Que saudade querida Tomásia!
Manhuaçu, 28 de janeiro de 2012, às 14:30 hs.