CRUZ DA ESTRADA

Caminheiro que passa sem rumo

pela estrada sem rumo também,

ao veres a cruz jogada sem prumo

deixe-a em paz que pertence alguém.

Passe de largo com muita cautela,

tire o chapéu e diga uma prece...

Não espante a borboleta que nela

beija a flor da trepadeira que cresce.

Aquele marco de braços abertos,

pela poeira da estrada coberto,

talvez marque uma triste saudade.

Caminha, que a estrada te conduz,

deixe em paz aquele ente que dorme

na rude sombra daquela cruz.

Mario dos Santos Lima
Enviado por Mario dos Santos Lima em 25/01/2012
Código do texto: T3460648
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