CRUZ DA ESTRADA
Caminheiro que passa sem rumo
pela estrada sem rumo também,
ao veres a cruz jogada sem prumo
deixe-a em paz que pertence alguém.
Passe de largo com muita cautela,
tire o chapéu e diga uma prece...
Não espante a borboleta que nela
beija a flor da trepadeira que cresce.
Aquele marco de braços abertos,
pela poeira da estrada coberto,
talvez marque uma triste saudade.
Caminha, que a estrada te conduz,
deixe em paz aquele ente que dorme
na rude sombra daquela cruz.