De repente na manhã....

O dia, de branco desmaia....
Não fôra a aragem benfazeja
que traz o sol na bandeja....

Galos distantes
saudam ainda gaguejantes,
inocentes borboletas...
Elas não sabem da inclemência,
da febril inclemência do tempo...

O riacho que na pedra tropeça
e se esgueira entre a campina,
segue o dia que começa
sem pressa...
Deixa ao largo,
meus olhos marejados
não sente o gosto amargo
deste meu embargo...

Até o pardal
assoma à janela,
e traz do quintal
pequenas lembranças:
belas tranças
enfeitando velhas flanelas,
um par de chinelas
e um antigo riso-criança!!
batendo asas mundo afóra
deixou no alvor d'aurora
esta frágil esperança
que cultivo agora....