Noite a dentro

As ruas estão nuas

Quase sem barulho

Um filtro estranho selecionou as pessoas

Umas, mais sérias, preocupadas com o porvir.

Outras, sem que se saiba o motivo, só sabem sorrir

O vento fraco e morno sopra suave

A cidade exibe suas sombras

Sua dualidade

Uma amostra das solidões latentes

Dos mistérios encerrados nos pavimentos de tanta gente

Os pensamentos ecoam no vácuo

Moldam os semblantes

Sem que seus donos se deem conta

Onde quase tudo é espera

Na plenitude do último ato