Doze badaladas
Insone ao ouvir o meu carrilhão,
Postado no canto da velha sala,
Trazendo-me aquela recordação.
Sopitado, e cansado de coração.
Vejo a silhueta e ouço a sua fala:
É a voz do amor, é visita do além
A estender-me outra vez sua mão.
“Deus dá o frio conforme o cobertor”
Antiga e sábia frase popular de amor.
Bálsamo à lancinante dor de lamento
Qual minha vida tornou em tormento.
É apego ao nada, pois, tudo se apaga,
É medo que ronda o que desconheço.
Levanto a cabeça àquilo que mereço.
Não posso escolher, tenho de colher
O que plantei, mesmo que seja praga.
O
Galo
Cantou,
A ficha caiu.
O cão ladrou.
O coração sorriu,
Não sei se da vida,
Ou para a vida ferida.
O triste momento
Ali se partiu,
E partiu.
O Clarim da Paz