Doze badaladas

Insone ao ouvir o meu carrilhão,

Postado no canto da velha sala,

Trazendo-me aquela recordação.

Sopitado, e cansado de coração.

Vejo a silhueta e ouço a sua fala:

É a voz do amor, é visita do além

A estender-me outra vez sua mão.

“Deus dá o frio conforme o cobertor”

Antiga e sábia frase popular de amor.

Bálsamo à lancinante dor de lamento

Qual minha vida tornou em tormento.

É apego ao nada, pois, tudo se apaga,

É medo que ronda o que desconheço.

Levanto a cabeça àquilo que mereço.

Não posso escolher, tenho de colher

O que plantei, mesmo que seja praga.

O

Galo

Cantou,

A ficha caiu.

O cão ladrou.

O coração sorriu,

Não sei se da vida,

Ou para a vida ferida.

O triste momento

Ali se partiu,

E partiu.

O Clarim da Paz

jbcampos
Enviado por jbcampos em 06/01/2012
Código do texto: T3425614
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