RUAS DO PASSADO.

Chagaspires

Quando volto a percorrer tuas ruas sempre ando a procura de antigas fisionomias.

Faces perdidas no tempo; gravadas em retratos desbotados e esmaecidos.

Pela janela do automóvel as pessoas desfilam no seu passar ligeiro com a pressa estampada na fisionomia; e minha procura continua.

Na frenética lufa-lufa meu olhar consegue se quedar em cada detalhe; porém os traços antigos não revivem nas pessoas que por ali desfilam.

Não consigo ver nos que passam antigos amigos ou velhos amores.

Rostos queridos cujo tempo escondeu, e teima por lá deixar, fazendo o pranto rolar em meus olhos coberto de nuvens.

A saudade faz bater mais depressa meu coração, e a ânsia da procura se perde na multidão; os rostos passam e de repente me encontro no caminho da volta.

Tudo passou. Ficaram no passado.

Novas fisionomias rumam desconhecidas, só os caminhos permanecem os mesmos com apenas algumas modificações causadas pelo tempo.

As ruas parecem às mesmas, porém as pessoas são outras.

Onde estão ao amigos? Onde estão os amores?

Eles se perderam por ruas distantes em tempos passados.