Para o Ano Bom
Eu preciso de um porto,
um aporte de novas emoções e
a calmaria de um lago...
eu preciso de uma casa.
A minha casa.
Eu busco uma nova fortaleza
daquelas sem fronteiras.
Sem cercas e grades, muros ou portões.
Apenas um forte repleto de sentimentos bons.
Eu quero um novo Natal,
sem presentes, luzes coloridas, comidas tantas.
Nada disso.
Apenas a calma de um sono justo,
o balbuciar de lábios de um recém-nascido,
um lindo prisma de um presente singelo.
A paz do Natal.
Eu vou voltar para casa,
no lugar mais lindo,
no sorriso mais intenso,
no mais profundo dos equilíbrios.
Passear de mãos dadas, andar descalço.
Sorrir intensa e insanamente,
seja lá do que for.
Visitar um parente distante,
almoços de domingos,
dormir em redes.
Viver cada minuto.
Eu quero um novo começo,
uma nova chance, novos erros.
Acertar mais ao falar do outro.
Perdoar.
Eu quero os livros mais simples,
as fórmulas menos densas
e nenhum remédio.
Fazer amor por prazer, sempre.
Estender a mão a um fraco.
Agarrar-se ao forte e juntos,
fortes e fracos,
trilhar um novo projeto de vida.
Enfim, sonhar um pecado comum
e abraçar a vida sem rodeios.
A liberdade leve de um pássaro
e a verdade concreta de uma criança.
Ser, definitivamente, humano.