Saudades da Quimera

Parte II

Meu bom amigo, hoje olhando o cume da montanha,

a mesma montanha onde nos perdemos num verão,

tive saudades dos tempos idos da minha infância

fiquei pasmo diante de um veado galgando o monte

pensei que já não existissem mais, extinguira-se.

Assim percebi que muitas coisas da minha vida

não havia se extinguido...e renasci das cinzas

envolto neste manto de descobertas e lembranças

pude fazer uma breve retrospectiva do meu viver.

e dei um gigantesco passo até a infância...

Um dia, quando vinha da escola, que imagem...

aquele velho sentado na cadeira absorto no vázio

tentei alcançar seus pensamentos, segui seu olhar

e me deparei no lindo versejar da montanha

e vi um lindo veado intrépido galgando o monte.

Voltei o olhar para o velho, entusiasmado com a visão

e, decepcionado, percebi que ele simplesmente dormia

sentei-me numa pedra, ao seu lado, e, absorto, meditei

e de repente me descobri perdido no vazio do monte.

na minha mente mil coisa passavam, menos a montanha.

Hoje ao fitar o espelho do meu apertamento, penso...

não tenho, mais, aquele olhar perdido no distante

estou ligado num mundo tecnologico e me perco...

A muito não descanso o olhar, não fecho os olhos.

digo fechar os olhos e sentir com o coração...

É aqui que entra você meu saudoso amigo

convido-o a fazer comigo esta louca viagem

e, novamente, nos perdermos naquela montanha

e juntos encontrarmos aquele olhar mágico...

e sentir de novo aquele misterioso vázio.

Fernando Rocha da Costa
Enviado por Fernando Rocha da Costa em 04/01/2007
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