Saudades da Quimera
Parte II
Meu bom amigo, hoje olhando o cume da montanha,
a mesma montanha onde nos perdemos num verão,
tive saudades dos tempos idos da minha infância
fiquei pasmo diante de um veado galgando o monte
pensei que já não existissem mais, extinguira-se.
Assim percebi que muitas coisas da minha vida
não havia se extinguido...e renasci das cinzas
envolto neste manto de descobertas e lembranças
pude fazer uma breve retrospectiva do meu viver.
e dei um gigantesco passo até a infância...
Um dia, quando vinha da escola, que imagem...
aquele velho sentado na cadeira absorto no vázio
tentei alcançar seus pensamentos, segui seu olhar
e me deparei no lindo versejar da montanha
e vi um lindo veado intrépido galgando o monte.
Voltei o olhar para o velho, entusiasmado com a visão
e, decepcionado, percebi que ele simplesmente dormia
sentei-me numa pedra, ao seu lado, e, absorto, meditei
e de repente me descobri perdido no vazio do monte.
na minha mente mil coisa passavam, menos a montanha.
Hoje ao fitar o espelho do meu apertamento, penso...
não tenho, mais, aquele olhar perdido no distante
estou ligado num mundo tecnologico e me perco...
A muito não descanso o olhar, não fecho os olhos.
digo fechar os olhos e sentir com o coração...
É aqui que entra você meu saudoso amigo
convido-o a fazer comigo esta louca viagem
e, novamente, nos perdermos naquela montanha
e juntos encontrarmos aquele olhar mágico...
e sentir de novo aquele misterioso vázio.