de um jardineiro,reflexões...




Era uma vez,que no meu jardim,houve um momento.
Em que ,sem uma clara razão, murcharam as flores ...
Talvez,pensei,chegara,aos poucos,tempos de tormento.
Que de ,uma ausência,verdadeira saudade,feita de dores.

O que restaria ,enfim ,deste simplório e tosco jardineiro?
Ah!quando olho minhas calejadas mãos,feridas de espinho
Acaricio a argila,e,deito terra sobre as folhas do jasmineiro
Onde,entre as perfumadas flores,pássaros faziam seus ninhos.

Sobre árido solo,incontido pranto,de um não viver,derramei
Relembrara,que meu suor,de meu corpo,lagrimas de alegria
Caia em gotas,qual orvalho salino,chuva benfazeja,bem sei...
Deveras,de uma felicidade, tempo de fartura,jamais,esqueceria!

Hoje,quando,a quase desmaiar a tarde,e a noite ,o sabiá,anuncia
Sinto,de um quase morrer,em mim,contudo,tímido pio de alento
Seria, pastoral canção,do outono,o vento,ou,apenas, mera euforia?
Neste,sonhar,fio de esperança,apeguei-me,o que seria meu intento

E,num intenso,desejo,apelo silente, que saia de minha alma,acordei
Numa ventura que a gente sente,feito passarinho em sua ninhada
Ah!que a felicidade apertou o meu peito,de um jeito,que não sei!
Quando ,lentamente,de todas flores,os botões abriam de madrugada

Adormeci,no canto dos lábios ,deixando ,leve sorriso,sonho real...
Que,enfim,de infinita emoção,aspirei do perfume,suaves odores
Quando,de alada borboleta,uma pluma caindo,é o esperado sinal...
Deveras,minh’alma de jardineiro sorri,chegara o tempo das flores!