MONÓLOGO DE UM LOUCO

O silêncio constante nos faz ver num instante

O quão grande é tal universo

E mesmo distante do sucesso

Faz-nos rir de tão tolos

Bobos sem corte

Coitados sem coito

Pobres mancebos apaixonados

De um viver no mundo sem sentir

Anestesiado, desmemoriados

Vagantes de um rumo incerto

Como assim? (diriam) se estão perto

Do prazer tão próximo disperso

Ledo erro dos incrédulos

No ópio ou nos agrados do vício

Escravos de si e do todo

Como queria que fosse lúcido

Como se a vida tão simples assim

Como se vê fosse sentida

Como dizer as margaridas

Pra não dizer que não falei delas

Como dizer também as belas

Que as amei como se fosse hoje.

Triste como um dia chega à noite

Estrelada sim: bela

Mas em sua constância significa a morte

Ah e os cânticos matutinos e gregorianos

Tão distantes por não amanhecer

Como saber se não é dia?

Como viver se não podia saber,

Ah certeza tão distante

De uma viver tão calado (sem cânticos)

Silêncio monástico

Claustro e nostalgia

Fugindo do dia e voltando-se pro passado

Vivendo o agora

Querendo seu tempo

Já findo.

jonnez
Enviado por jonnez em 10/11/2011
Código do texto: T3328901
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