DESASSOSSEGOS

DESASSOSSEGOS

A angústia chegou a mim com o final do dia.

Eu não quero mais sentir angústia;

A angústia me angustia a alma.

Se ela ficasse quieta , paralisada,

Não traria os incômodos, os desassossegos.

Mas não, ela insiste, persiste em sua ação.

A lua percebeu minha tristeza.

Deteve-se no horizonte, por um momento.

Deu-me algum alento antes de seguir o caminho.

Ela parecia pálida, cansada.

A noite instalou-se no firmamento, escura.

Dirigi-me à Serra, cumprido a lida do dia.

Testemunhei a tristeza no semblante de Milla.

Ela transbordava em sorrisos leves, soltos no alvor do dia.

Não conseguiu passar incólume pelas aflições.

Os sorrisos abriram o caminho para um rio de lágrimas ...

Procurei palavras que pudessem dar-lhe algum alívio.

No mundo infinito em mim não encontrei verbo...

Simplesmente postei-me ali, em um afago sincero.

Ela adormeceu em soluços.

Acho que seus sonhos foram rasos, toscos...

Levantei-me, junto com o sol da manhã.

Pronto para percorrer no dia os caminhos.

Ao virar-me em busca de meus pensamentos,

Lá estava Milla, um sorriso novo, brilhante, gostoso.

Corri ansioso, em passos lentos, para abraçá-la, deliciado.

O eterno retorno...

Por Diógenes Jacó de Souza, Ouricuri, 29/10/2011.

Wlads
Enviado por Wlads em 07/11/2011
Código do texto: T3322265
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