Dia Santo.
As fogueiras foram acessas no sentido norte
Colocaram Simone, Samanta e Rebeca.
Uma do lado da outra estavam perto da morte.
Acusação: bruxaria.
Em baixo das hastes estavam seus homicidas,
Xerofágicos com seus abades olham friamente para Rebeca,
Que suplicou por misericórdia.
Consultado o humano Santo, o fato foi dado como definido.
Samanta olhava para o infinito, como se falasse com algo,
Pediu perdão.
Escorreu as lagrimas de teus olhos e a lavareda foi acesa,
E aos berros ela viu a escuridão.
O povo cheio de euforia aplaudia, cantavam,
E em torno da fogueira da Samanta, rodopiavam,
Os abades laçavam sorte sobre o vestido,
E Simone pressentiu seu fim.
Então cantou uma ciranda macabra mirando o episcopado Ronaldo,
Este desviou o olhar, mas lembrou da canção,
Um dia antes fora a mesma que ela cantou,
Em sua cama antes da oração.
Então o carrasco ateou fogo,
Rapidamente a palha queimou,
E com ela Samanta levou,
Para o abismo onde o Filho não habitou.
Rebeca solicitou umas palavras,
Os abades a deixou:
Então berrou:
Maldito sejas o sacristão,
Que mata em nome da religião,
Maldito o religioso,
Que mata por ser invejoso.
Maldito o pastor, que não acolhe a ovelha,
Maldito este júri que traiu Cristo.