CANTIGA DE MAR

Quando sinto no ar

O abraço do mar

No azul dourado

Sublime e plácido

Encontro das águas

Com o infinito céu...

Quando vejo o arfar

Das velas errantes

Veleiros amantes

Nas naus que estreitam

O beijo dormente

Das terras do sol...

Quando toco o luar

Com o meu corpo brejeiro

Tal gesto faceiro

De menina traquina

Que banha despida

Nas águas calientes

Dos braços da noite...

Quando ouço o barulho

Das ondas tombando

Nas areias da praia

Qual águia voando

Na alma tranqüila

Da áurea celeste...

Retrata seu rosto

A imagem contida

No âmago do tempo

Qual rio que deságua

Do leito sedento

Jorrando murmúrios

Gritando ao vento

Falando poemas

Pedindo alento...

E sinto no ar

O abraço do mar

E vejo o arfar

Das velas errantes

Tocando o luar

Com o meu corpo brejeiro

Ouvindo o barulho

Das ondas tombando

E sua face serena

Em minha mente bailando.

Linda Morais
Enviado por Linda Morais em 10/10/2011
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