ALMA AMÁLGAMA

Brotou em mim flores

de angústia pura,

sopradas pelo vento das

miríades estreladas.

Cobre-me o véu assoberbado

Nas aventuras eventuais

das vagas torturadas.

Caminho etérea sobre espinhos

que se acentuam em rostos

apascentados contemplando

com sarcasmo o dom divino,

para esmaecer

silenciosa e repisada,

ferida, pelas pedras do caminho.

clamo socorro com vestes maltrapilhas,

mas os farrapos estão na alma que desfaz-se

julgando ser a que não foi, por culpas minhas,

enganando enfurecida ao querer dar-se.

Ainda resta-me pelo brilho das estrelas,

um céu escuro com trilhas a descobrir

e o salpicar dos raios em centelhas

Híbrido sol há de chegar-se sobre mim.

Volto ao inusitado canto das valquírias enlouquecidas,

sobrepondo os néscios do alvor emperdenido.

Sobre mim dormem as falsas nuanças

do clarão perpétuo prometido;

o meu despertar será soturno,

vago buscar de mãos darão o resumo

mostrando em salmos o lacre

espoliado e calmo

rezado em coro

por um fim desentendido.

Rose Arouck
Enviado por Rose Arouck em 22/12/2006
Código do texto: T324989