O GRITO
Nestes campos, nestes prados,
que tão belo, a natureza pinta.
Descrevo com letras, os quadros,
o que não sei expressar com tinta
Com a pena desenho paisagens,
deste meu Brasil varonil.
Lembranças das belas imagens,
que a mãe natureza tingiu
Retratos que por vezes faço,
em momentos de nostalgia.
Entre letras, rabiscos e traços,
descrevendo o meu dia-a-dia.
Foi neste enlevo da vida,
que num relance parei
Senti a mente desfalecida,
quando a volta observei
Na garganta, senti um nó!
No coração. profunda tristeza.
Porque destruíram sem dó,
a fonte de tamanha beleza?
Cadê o galo a cantarolar?
Sinfonias das madrugadas!
E antes do sol despontar,
o gorjeio das passarinhadas?
Que falta faz o monjolo,
Insolente, indolente a socar.
E os passeios a cavalo...,
O automóvel ocupou seu lugar.
Onde esta o místico sertão?
Onde esta a simplicidade da vida?
Parece tudo vã descrição!
Uma mentira descabida!.
Sim, se a tristeza meu ser abala,
como um dardo envenenado.
Tenha certeza que não cala,
a voz de um caboclo desolado
O coração sentiu forte desejo
De denunciar tamanho descaso
Quando por acaso, olho e vejo
A vida... em tal estado.
Sim são tantas as mudanças:
O que ontem era, hoje não é mais,
e até nossas crianças,
parecem não ter mais paz
E afirma o homem de sucesso:
“O fim justifica o meio”
E em nome do progresso,
fazem tudo sem receio.
É com orgulho que se planta,
pra alimentar nossa nação!
Se pra frente que o carro canta
Façamos o carro cantar então.
O aquecimento tão falado,
Indicam que a coisa é seria.
E na mídia se vê anunciado,
O mundo em tamanha miséria
Os tecnólogos falam por falar,
o fato é que nada explicam.
Querem penas transformar,
conjecturas que não justificam
Ha desolação sobre a terra.
Lagos, rios e mares poluídos.
Mas tanta fome e tanta guerra,
em tempos tão evoluídos?!?!?!
No desabafo de quem critica,
na ânsia de um mundo melhor.
de três forma se qualifica,
que vemos ao derredor
... Ganância mundana!
... Mente insana!
... pura arrogância humana!