Abandono
http://www.youtube.com/watch?v=EPwl1bHUcFs&feature=related
Aban(dono)
permiti-me o silêncio
doei-me ao ócio
entreguei-me
apenas...fiquei.
enquanto o mundo girava rápido
observei reflexos de lagos
segui atentamente voos de borboletas
abandonei o pincel ao som
que o direcionava
vi a tela nascer
escorrer sem pressa
notei as gotículas e esperei
esperei apenas nada mais
permiti que o vento
me molda-se
contorci-me como tronco antigo
hoje vejo-me seca
bailarina sem sapatilha
acreditei em purpurinas mudas
e arranquei uma a uma
todas as minhas mudas
eu fui par da morte
dancei com ela
sorrimos juntas...
escolhi o deserto
pensei que os oásis de meus olhos me salvariam
minha arte arde!
dói uma dor profunda e lancinante
ponho meu nome ao fim da obra
suspiro
se nasço ou morro
tanto faz...
apenas sinto
demais!
Márcia Poesia de Sá
A tela da vida não necessariamente precisa
ter como base o preto e branco do carvão.
Márcia Poesia de Sá