Castigo

Tu me tens de braços abertos

como um cristo inerte, manso e

abatido...

nem amor, nem carisma, apenas morto.

Tu me chamas e não perguntas se posso,

apenas quer....

E se eu não quero, te ofendo...

e me amas como a um vadio.

Tu me dizes frases que não quero ouvir

é música ruim na programação do rádio...

Como a estação das chuvas que não muda.

Não mudo a estação.

Escuto. Escuto. Escuto.

Eu te vejo como o ar que eu respiro,

mas estou enclausurado num quarto escuro.

Sozinho, escondido de mim, repleto de angústia.

E o que me mantém?

Não sei, mas talvez a loucura de uma esperança.

Amor?! Quem sabe?

Mas você me violenta.

No íntimo, na alma, no calor das emoções...

Não te chamo de minha, nem de mais nada.

Eu sei que não te tenho como deveria,

mas não peço nada além de paz...

Eu só quero a minha vida de volta

e tu não estás nela...

Como um novo dia que surge

te vejo surgir diante de mim.

Pálida e disforme, nua e cruel.

Um sentimento que não nomino...

É desumano e insano, e nada de novo...

apenas a frieza de teus atos diante do ardor

de minha sensibilidade...

És o meu maior erro, um descaso.

A porta ainda está aberta,

a caverna me faz silente...

Vivo o mito do medo do desconhecido.

Até quando? Castigo.

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 14/09/2011
Código do texto: T3219357
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