Sobre o leito de um rio
O rio é um lago aberto e convida a banhar-me.
A beira do rio é o lugar onde
as aves põem suas asas.
A mansidão do rio é que vaga e abafa os mistérios.
Meus braços desgovernados,
O frio entre os dedos;
decerto,
tomarás conta de todo o corpo
entregue os declives
das ilhas floridas!
Não terei mais palavra,
nem te direi do que não preciso.
Deixe-me escorrer a tona de todas as bolhas nervosas,
Assim, quando mais tarde me procure,
esteja boiando a ribanceira alta,
afogado
em meio a tantas
águas rasas,
deste meu tédio
de gravata
e amarguras!...