Sobre o leito de um rio

O rio é um lago aberto e convida a banhar-me.

A beira do rio é o lugar onde

as aves põem suas asas.

A mansidão do rio é que vaga e abafa os mistérios.

Meus braços desgovernados,

O frio entre os dedos;

decerto,

tomarás conta de todo o corpo

entregue os declives

das ilhas floridas!

Não terei mais palavra,

nem te direi do que não preciso.

Deixe-me escorrer a tona de todas as bolhas nervosas,

Assim, quando mais tarde me procure,

esteja boiando a ribanceira alta,

afogado

em meio a tantas

águas rasas,

deste meu tédio

de gravata

e amarguras!...

Jairo Araújo Alves
Enviado por Jairo Araújo Alves em 14/09/2011
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