Outra Chegada

Aprumei as costas há pouco

E, com os dedos nas estrelas,

Inspirei o cheiro do pôr-do-sol.

Apanhei tudo o que era meu:

Estopa, anzol, faca, viola, pão...

Desenlacei o cavalo e parti.

O galope compassava o peito

E a folhagem tocava os ombros

Indicando, na trilha, a distância.

No segundo outeiro, os cafés,

De onde já avistava o casebre

E mais ansiava outra chegada.

O descanso vem pelos olhos.

De certo, à porta, me esperam

E, acolhendo, abrem os braços

Num gesto de ternura e fulgor

De quem compartilha vitórias

Tão simples em cada dia vivido.