Ah se me colhesses quando eu era
a rosa pelos cravos cobiçada
e embora simulasse que não via
tirava o juízo a quem passava
piropo galante às vezes tonto
perseguição de passeio a passeio
esquivava-me eu e enfim o outro
desanimava no suspiro frustrado
de não me alcançar mesmo correndo
pois não sou lebre no prado
mas ígneo fogo em mente ardendo!
O corpo perdeu a beleza no tempo
mas amadureceu melhor sabendo
como se entregar docemente buscando
o teu prazer e no meu recolhendo
o teu néctar de nácar e em gesto meigo
entregar-te a alma num profundo beijo!