Um Adeus

Eu só queria um canto para passar os dias,

lembrar dos dias de minha vida

e quem sabe ao lado de um dos amores

que de longe não sei por onde anda.

Eu só queria recostar a cabeça no teu ombro,

se não for possível, te ver em fotografia 3x4,

imaginar teu sorriso pleno

e calcular o bem que me fizeste e nunca percebi.

Eu só queria, ainda que de relance, te abraçar.

Lembrar do quão seguro era os braços da amada

e buscar de novo o aconchego de algo tão perfeito.

Um desses portos sem cais, mas firme como a rocha.

Eu só queria poder cantar para ti uma canção do Roberto.

Deixar o amor resplandecer em nossos corações

e morrer de saudade das jovens tardes de domingo.

Era eu, você e um mundo enorme de sonhos.

Eu só queria poder te encontrar de novo e

dizer o quanto fui tolo ao te deixar ir.

Eu imaginei que o mundo ao teu lado seria incerto,

mas a saudade do que não vivi é a maior das culpas.

Uma penitência eterna eu só queria que passasse.

Mas como tortura chinesa me cobra os sentidos a cada badalar.

Um pingo de esperança que dilacera a alma,

eu só queria que tu tivesses com o que me perdoar.

Eu só queria poder, mais uma vez, passear contigo.

Ver os rios que banham nossa terra entrelaçando-se em águas confusas.

Caminhar vendo a lenda que nos rodeia e que nos refresca em águas límpidas.

Teu cheiro misturado ao mar, teu sal misturado ao gosto da saliva...

Nunca mais.

Eu só queria poder tomar um soverte numa tarde quente

e caminhar contigo abraçado pelas ruas da cidade velha.

Olhar os olhares atentos ao nosso jeito descontraído

e te beijar, mais uma vez, quando a noitinha cair.

Mas agora é tarde, e nossa história mudou.

Teus rumos não são os meus, e minha ida

se perdeu no emaranhado de minhas escolhas.

Amargas cobranças, eternas lamúrias.

Perdi você....

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 23/08/2011
Reeditado em 29/09/2011
Código do texto: T3177272
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