Furta-cor

A poesia surgiu toda

e depois partiu.

Vi a sua face,

seu encanto.

Diante do papel em branco,

no entanto,

nega-se à minha pena,

mostra-se pouco atenta,

em ares se desfaz.

Agora te sei, poesia minha.

Que queres que eu diga?

Que liberte este grito,

que desnude a alma?

Que há para dizer?

Homens, mulheres, crianças,

e dores, sonhos, amores,

ternura que urge ecoar.

Não lhe persigo.

Não devo.

Apenas sinto o perfume

que em mim para sempre jaz.

A poesia em mim surgiu toda

e depois partiu.

Agoniza então a certeza

de que jamais parte

aquilo que se sentiu.

19.09.99 DOM 15:07.

03.09.04 SEX 13:34

Josely Margarida
Enviado por Josely Margarida em 16/08/2011
Código do texto: T3164329
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