Tão somente sou
Sou menina sou mulher
Das migalhas fiz minha liberdade
Sei ser o resto de uma dor,
Da vida me fiz metade
Carregada de saudade
A natureza me fez sua filha
Mais sou o caminho dos errantes
Quero o perdão dos arrependidos
E a lição dos ignorantes
Sou cruz, sou calvário
E faço minha oração querendo ser estrela do infinito
Vem...! A luz da escuridão me acompanha
Sou um sorisso inocente ou indecente?
Sou a filha,sou o pai
Talvez tenha o dom do universo
Ou sou nuven que se esvai?
Minha fraqueza se esclarece
Ainda tenho o cheiro de mata virgem
Sou ouro, sou pobreza
Depende dos que me desprezam
Das águas correntes tornei-me oceano
Me vejo mar, sou maré
Sinto meu coração não tem cura
Pois da dor tenho experimentado
Renasço das cinzas. me conserto, me reponho e... choro
Sou apenas aquela menina
Que da riqueza... recebe a pobreza.