DOR

Silenciando o excesso de burburinho

Que insistentemente falam sem limite

Provocando uma confusa dificuldade

de refletir com serenidade as necessidades

mais urgentes, respiro profundamente

Mas, nesse momento, descubro a exaustão

do corpo e da alma que grita por descanso

ou quem sabe, uma fuga estratégica, onde

não seja necessário sequer, falar ou ouvir

apenas ficar ausente de mim mesma

Percebo exausta de não ser apenas o incomodo

do burburinho de centenas de intrusos é muito

mais, muito maior descubro com lagrimas longas

que o cansaço maior é de mim mesma

Assustada me volto para o espelho e me deparo

com uma desconhecida que me desperta pena

ao olhar seu rosto tão sem vida, sem brilho opaco

Quem é aquela mulher sofrida rogando com olhar

carinho atenção afago doçura ou apenas silêncio

Estendia os braços cansados em busca de mim

sim de mim mesma pois aquela imagem nada

mas era do que eu mesma

Em prantos assumi minha inteira real e imensa dor

Minha dor, tão inconscientemente negada e tão viva

E expressamente declarada em meu cansado rosto

Apenas eu em meu mundo fictício, não a acolhia

Celi Romão
Enviado por Celi Romão em 02/08/2011
Reeditado em 08/06/2013
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