Uma manjedoura e um menino
Numa manjedoura,
Nasceu o neném divino
Vindo a curar a nossa ferida,
A limpar a nossa vida falida
E a nos doar sua vida.
Um menino de ouro
Inestimável tesouro.
Por potestade-mortalha
Desde então perseguido
Ao perdoar a nossa falha.
Num deserto estendido
O ódio de um rei irascível
Embasado na areia falível
De imorredoura jazida.
Ao badalar do sino
Até um jumento
Ficou no testamento
Daquele santo menino.
Sinto muito, mas lamento,
Pois, não me sai do pensamento
Que esse Ser sobremaneira decantado
Jamais foi lembrado em seu mandamento.
Falo do velho amor, o santo ensinamento.
Após milênios neste inferior plano
Parece-me estar bem difícil
Para passarmos de ano.
“Meu reino não é deste mundo”,
Chamo-me Jesus, mas amo os Raimundos.
Não seria aqui o Éden do Hades?
Está é a verdade, meu confrade!
O Clarim da Paz