Uma manjedoura e um menino

Numa manjedoura,

Nasceu o neném divino

Vindo a curar a nossa ferida,

A limpar a nossa vida falida

E a nos doar sua vida.

Um menino de ouro

Inestimável tesouro.

Por potestade-mortalha

Desde então perseguido

Ao perdoar a nossa falha.

Num deserto estendido

O ódio de um rei irascível

Embasado na areia falível

De imorredoura jazida.

Ao badalar do sino

Até um jumento

Ficou no testamento

Daquele santo menino.

Sinto muito, mas lamento,

Pois, não me sai do pensamento

Que esse Ser sobremaneira decantado

Jamais foi lembrado em seu mandamento.

Falo do velho amor, o santo ensinamento.

Após milênios neste inferior plano

Parece-me estar bem difícil

Para passarmos de ano.

“Meu reino não é deste mundo”,

Chamo-me Jesus, mas amo os Raimundos.

Não seria aqui o Éden do Hades?

Está é a verdade, meu confrade!

O Clarim da Paz

jbcampos
Enviado por jbcampos em 28/07/2011
Código do texto: T3123834
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