ESTE OUTONO
Que não há meio de passar
As folhas estão por todo o lado
Por todo o meu andar
Folhas de todas as cores e feitios
Cores da minha imaginação
São belas
Mas estão mortas
Com saudades do verão
Este Outono
Chove quase até ao dilúvio
E parece não haver espaço para mais nada
Chove e de facto nada vejo
Nem sequer borboletas
Tenho que ir às revistas
Para essa parte de mim ficar completa
Sem os demasiados preparativos para o Natal
Onde todos andam entusiasmados
Por esses preparos que tanto têm de artificial
Menos eu
Um não crente
Mas ninguém me parece levar a mal
E eu preciso tanto do mundo que recusei inicialmente
Dessas flores
Dessa natureza
Talvez porque
Ela uma sensibilidade especial a mim empresta
Mas ninguém repara
Talvez porque não saibam
Que as gotas que caem
São ecos das minhas lágrimas
Por muita coisa
Ou talvez por coisa alguma
Que eu queira
E não saiba alcançar
São pela utopia
Ou demasiado louco?
Em tempos antigos
Bem presentes
Neste Outono