EU E O MAR

Enfrento tua imensidão infinda cheia de segredos,

querendo atirar em tuas águas

revoltas todos os meus medos

e me deparo comigo em degredo

pretendendo insinuar minha alma

em tua vastidão, que acomoda

os meus olhos num azul brilhante e profundo

fazendo-me esquecer as maldades do mundo.

Envolvo-me pelas carícias de teus braços de algas;

mergulho, em frêmito pacífico... tu me acalmas,

e deixo fluir de meu peito as incertezas

boiadas às distantes correntezas

que dilaceram-me como o despertar de um vulcão.

Subo em dupla com as tuas maresias

para incluir em minhas têmporas as fantasias,

que não permitem a minha vida naufragar.

Agora estamos sós, e, contemplamos o silêncio,

que elocubra os deslizes do que penso,

para em seguida, os sagarços transformarem em atobás,

que inundam petulantes meu poema,

que soberbo nesse instante sente pena

e luta feroz para não se afogar, afogar...

afogar... no ar... no ar ...no ar.

Rose Arouck
Enviado por Rose Arouck em 07/12/2006
Código do texto: T311531