EU E O MAR
Enfrento tua imensidão infinda cheia de segredos,
querendo atirar em tuas águas
revoltas todos os meus medos
e me deparo comigo em degredo
pretendendo insinuar minha alma
em tua vastidão, que acomoda
os meus olhos num azul brilhante e profundo
fazendo-me esquecer as maldades do mundo.
Envolvo-me pelas carícias de teus braços de algas;
mergulho, em frêmito pacífico... tu me acalmas,
e deixo fluir de meu peito as incertezas
boiadas às distantes correntezas
que dilaceram-me como o despertar de um vulcão.
Subo em dupla com as tuas maresias
para incluir em minhas têmporas as fantasias,
que não permitem a minha vida naufragar.
Agora estamos sós, e, contemplamos o silêncio,
que elocubra os deslizes do que penso,
para em seguida, os sagarços transformarem em atobás,
que inundam petulantes meu poema,
que soberbo nesse instante sente pena
e luta feroz para não se afogar, afogar...
afogar... no ar... no ar ...no ar.