HUMANO, o auge do seu sangrar
Vê e sente o calor que um dia lhe ardeu
E nessas bandas mágicas, a de se erguer o alguém
Que nunca terás o prazer de experimentar
E da voz doce, eis que surgirá a canção por todos entoada
E a voz do povo é o coro que te faz chorar, diga que não...
Pois tu é o fraco por trás do forte, o amargo por trás do doce
A vida que lhe nutre é podre e miserável
Pois não é verdade que seu gozo acompanhas choros sem-fim?
De tua janela eu vejo o céu e o inferno em um horizonte torto
Torta é sua caminhada e para sempre estarás perdido
Nesta terra, a de surgir aquele que te apagarás
E de ti, ouviramos nada senão contos inacabados
Pois tu é incapaz de ver a matéria de que é feito
A mentira lhe transborda e nesse mar tu navegas
Mas eu me cansei e nadar não quero mais
Se morrer, morrerei feliz
Mas nem uma mais palavra me farás sentido
Pois a minha raça me traz agonia e tristeza...