O passaro

Um dia, triste estava, sozinho,

Parecia que nada iria acontecer.

Foi então que um passarinho,

Vindo de outros verões,

Pousou cansado em minha janela.

Tinha a asa machucada,

Por ter voado longe,

Seguindo outro passarinho,

Que assim como ele,

Queria voar em outro céu.

Tinha nas patas uma linha,

Que o amarrava e prendia,

Que mesmo quando lhe foi tirada,

O lembrava a todo instante,

Que já havia sido preso um dia.

Tinha lindas penas,

Formoso, vistoso,

Um lindo exemplar,

De espécie rara.

O qual, eu acolhi e cuidei,

Dei amor e afeto,

Coisa que não lhe era comum,

Alimentei seus desejos,

Seus sonhos, eu impulsionei.

Não o prendi por momento algum,

A janela sempre esteve aberta,

A mesma pela qual tivera entrado.

Nesse tempo ele foi feliz,

Cantava forte,

Alegre e doce.

Mais um dia,

Um vento forte entrou pela janela,

E tocou suas tão vistosas asas,

Agora já curadas,

Lembrando-o do céu azul que havia lá fora.

Então me olhou,

Com um olhar triste,

O qual nunca tinha visto em seu semblante.

Engoliu seu canto,

Abriu as asas pairando no vento,

E voou,

Coisa que já sabia que faria um dia.

Nunca irei me esquecer do seu canto

De suas asas

Assim como espero que ele não esqueça

Daquele que o cuidou

E nem da janela

A qual nunca mais foi fechada.

D Mork
Enviado por D Mork em 12/07/2011
Código do texto: T3091543
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