NAUFRÁGIO DE UM POETA
AFUNDO na esperança
vazia
no mar da solidão
meus medos chocam-se
com os rochedos
da
saudade
o mar imenso e profundo
junta-se com meu âmago
VOU afundando
submerso
sozinho
nos
versos
procuro respirar
minhas escritas
brigam na arrebentação
do
mar
meu poema
é
meu colete salva- vidas
minha
nau
esta
a
deriva
na tormenta violenta
tomo
vinho
brindo
sozinho
vendo o meu
naufrágio
trágico
indo a pique
vou afundar
devagar
só me resta
versar no fundo do mar