O ÊXTASE NAS PEDRAS

Não pergunte onde

Pois não sei

Nem fale de quando,

Tais questões, infame.

Já as inflamei

Cobri com desgosto soberbo

Acresci com tola certeza,

Para sufocar enfim

Arrancar de mim

E entregar-me ao desespero

Consolo efêmero

Amarga alegria

De cinzas sufoquei

De grossas camadas enchi-me

Amarguei com a grossa couraça

Cavaleiro sem glória

Tão caro embuste

Tão duro disfarce

Caminhei mudo

Como se o mundo fosse montaria

Cavaleiro de tudo

Tão tolo sem escudo

Tão errante Quixotesco

Enfim não encontrei nada

Tal opção já fora selada

Por aí afora em vão

Seguem-me tantas tropas

“Vão” a procura

“Vão” a resposta

Infame pergunta

Grotesco o anseio

Liberto do mundo

A procurar sem candeia

A achar no escuro

A sufocar-me primeiro

A morte primeva

A brotar nos campos

Verdes profundos

Doces avista

E no cair nas pedras

Duros relevos

O gozo me leva

E traz de novo

Novamente a vida.

jonnez
Enviado por jonnez em 04/07/2011
Código do texto: T3075095
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