Um quintal imenso

Era um quintal tão imenso

Que hoje eu ainda penso

Que a vida deu-me espaço

Dirigindo a esmo os passos

Rompia a linha Tordesilhas

As naus a romper milhas

Vencíamos todos os piratas

Recuperávamos toda a prata

Lúdicos em fantasias de herói

Queda que marca mas não dói

Vitória que à donzela enleva

Celerado que morria de inveja

No quintal cabiam os sonhos

Primos, os heróis e os valentes

Tombava o inimigo medonho

E a imaginação via convincente

Nós, cavalaria dos sombreiros

Derrotando todos bandoleiros

Assistidos por olhares vezeiros

Da galinha do alto do poleiro

O tempo que a tudo desmonta

Tirava-nos os cavalos sem conta

Cãs cresciam, o quintal diminuía

É onde meu lembrar se refugia

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 03/07/2011
Reeditado em 04/07/2011
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