VIAJANTE
VI AJANTE
Pela janela o cansaço
De junto a paisagem
Se ia aos poucos a disposição
O ânimo era miragem
E os segredos do dia
Se desfazia no crepúsculo torpe
Morriam com o tão grande astro
E escureciam com tão fria noite
Mas não era a morte,
Ainda não me libertaria
Antes disso pelo cansaço,
Cativo ainda seria
A dor de morrer me impede
Fugir impossível seria
E o descanso era um tormento
A vida cansado sentia
Diria na face:
Sou viajante.
Chegarei um dia.
Morrerei contente.
Mas não agora.
O cansaço me impede.
A resignação me prende.
E a dor ainda me consome.
Às voltas tantas
Seguia as folhas na rua
E o pensamento subia
E sumia com o vento
À mente tanta coisa solta
Vagando em seu centro dispersante
Parado ali estava
Mas a mente, esta viajava
E os olhos atraídos
Em um instante retornavam
Algo esqueci
Me vi traído
Outro ônibus perdi
Desamparado estava.