Meu Deus e minhas divas

Perdoa, Deus, se eu não tive pudores

eram tantos os amores, que deles nem sequer vi flores.

Renova-me mais trinta anos, não, quarenta.

Rever minhas doces helenas, luzias, e tantas.

Dai-me, Deus, mais dias, lilians e leilas,

rose e rosas, todas elas. De novo.

Endossa-me a carta libertadora da juventude

endireita-me nas veredas da pouca idade

e dá-me as amélias, sandras e estelas.

Mais uma vez, e mais e mais...

Tem ainda mil betes, poucas artemísias

e açucenas umas duas.

Não permita, bom Deus, que delas nada tenha

e que apenas a saudade me detenha, mas antes

agora, e já, me concedas novos ais.

Eu ontem quis aquelas e hoje outras mais,

anas, e cláudias, e gabrielas, e reginas.

Salivando a cada nome, esperando a cada instante

um momento aconchegante em afagos magistrais.

Patricias, taises, larissas, adrianas e milhares.

Mulheres de minha vida. Nem sempre vivas

mas sempre ávidas.

Umas amei com a alma, outras nem tanto,

algumas um pouco mais.

São nomes da mesma lista, de presença e dores descomunais.

Mas se a vida me desse mais tempo de todas elas eu queria iguais.

Nem mais, nem menos apenas os ideais,

letícias e laianes, lauras e lindas lucianas.

São mulheres que de mim tiveram

todo amor e toda verdade, mesmo que não por inteiro.

Perdoa-me Deus, por tamanho desatino.

Mas me fizeste menino perdido em colos divinais.

Minhas divas....

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 27/06/2011
Código do texto: T3060552
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