O corpo do jovem será cremado.
O jovem que vive numa caixa - o nome dela é casa.
É seu lugar habitacional.
É sua gaiola emocional.
Não consegue sair das paredes e,
Muito menos, das janelas e portas,
Pois, lá fora, o fogo esta em volta da sua casa.
Ele quer lhe pegar. Ele quer lhe queimar.
Talvez lhe queime. Talvez seja uma queimadura de primeiro ou de terceiro grau.
Talvez o seu corpo fique em chamas ardentes.
Talvez seu corpo derreta como vela de sétimo dia.
Talvez de seu corpo comece a sair fumaças negras de tanta poluição em seu mundo.
Então, sai correndo o jovem para fora.
Abre seus braços e se entrega ao fogo.
Nada apaga essa chama.
Inflama o conceito do silêncio de um jovem onde prevaleceram os limites de uma carne.
Por que o jovem teria medo do fogo? Ele vive já no próprio inferno.
Mesmo que seu corpo fique o pó do pó.
Mesmo que a vela derreta de vez na missa;
Mesmo que não haja uma missa,
Mesmo que não haja pessoas olhando a caixa;
Mesmo que não haja tantas fumaças negras;
Mesmo que não haja lágrimas de despedidas;
Mesmo que não haja coroas de flores,
O corpo do jovem será cremado.