A MONTANHA E EU

A MONTANHA E EU

Descansando, contemplo a montanha;

Trabalhando, a montanha me contempla

Estou nela (dentro, sabre e fora)

Ela está em mim (na mente e no sangue)

O que lamentas pobre ser?

Sem cor ou fragrância,

Neste mundo de flores,

Que lamentando fenecem.

A flor em seu auge

Tem certo ar triste,

Talvez pressinta

Seu próximo estiolar.

Nas encostas há relva

Afloram rochas negras

Refletem o calor do sol

Fizeram-lhe um aparado

A causa é cega

O objetivo é execrável

A montanha sonha (púrpura)

Agoniza em dores

O homem sucumbe

No ápice do pico: morte!

No baixio do sopé: um túmulo.

Retine o eco do silêncio

Sobe uma energia cinética

Faz o ar vibrar: almas podres!

A solidão é minha amiga,

A montanha e eu.

(agosto/1999)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 20/06/2011
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