Maçãs

É que acordei um pouco sonolenta para o mundo

Demorei a me acostumar com as possibilidades

Que os olhos viam e sentiam esfuziantes

Para depois percorrer o corpo inteiro

Em calafrios que demonstravam estranheza

Nada me era natural, as imagens se confundiam;

O valor que uma maçã tinha não era a de maçã

Mas de algo valioso que eu observava e não sabendo o nome

Não compreendia por que deveria ter nascido

Sem demonstrar a proposição das coisas

E não te parece estranho? Porque isso é isso?

A sim! Era essa mesma, a sensação.

Quase que de firmação, esperando que a maçã me respondesse;

Eu sou eu, e você não é você.

Mas de repente nasceu um sentimento novo

O de que as coisas só podiam ser elas mesmas

Claras e vagas elas se seguiam e me seguiam

Perseguiam-me pelos pensamentos quase em movimento circular

Demonstrando que estavam mais vivas do que eu supunha

E que eram tão valiosas quanto a mim

Se bem que o valor de uma maçã

É maior que as minhas aspirações sozinhas

As maçãs são belas, vermelhas, brilhantes;

Eu apenas sobrevivo e me ofusco sem brilho

Sou pálida, sem vida.

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 29/11/2006
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