Foi no mês de junho

Afora as vitrines falsas com suas luzes hipnóticas

e a feia do cartaz de amor do comercial de chocolates

eu dedico o dia a nós...

E os versos tímidos te dou sem nenhuma pretensão.

Sim, e quando éramos um só sonho, eu me recordo.

E longe de tudo ofegamos nossa alma.

Um silêncio tumular e o amor parecia infinito.

Ah, o amor! Quão frágil sentimento.

Forte em sua teoria existencialista,

Monótono em sua trajetória, repleto

ainda que em si mesmo....

Éramos, sim, o nosso maior tesouro.

Escondidos entre risos, lágrimas e promessas.

O meu beijo no teu, teu rosto no meu.

Andar na chuva, caminhar de tarde,

vento no rosto, sol e verdades juradas sob a sombra

da nossa castanheira.

Meu último e primeiro pensamentos do dia.

Todos os dias eu jurava o meu amor,

mas o recusaste em sintonia com outros ares.

E eu que te quis eternamente, perambulei na minha mente débil.

Perdi o chão, os passos vãos, o mundo que ruiu.

Te amei como o pobre cantor do bolero antigo,

te desejei como se no mundo vasto de devassidões

nada mais estivesse ao alcance.

Eu quis o universo embrulhado num papel simples,

te daria o mundo em frases piegas...

A vida sem arreios, o resto de mim se ainda houvesse.

Eras a minha maior conquista.

De todos os projetos desenhados à mão

tua vida em minha vida era o realizar do que se denomina

perfeição.

Tolo. Cego. Impuro.

Foi assim o meu significado quando deixei de significar algo...

Mas, do dia de nossa maior alegria, e em todos os demais,

este foi o mais vivo.

A canção do Roberto, e os nossos lençóis...

Ficaram jogados na memória como um velho retrato na parede.

Deixei minha velha calça jeans e a jaqueta que tanto repudiavas

e me joguei no abismo imenso da solidão da vida sem ti.

Era junho, o dia não sei, mas dali a dias, eu teria um presente.

Não veio em forma de romance, e sim como vela a iluminar um morto.

Era o meu fim.

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 10/06/2011
Código do texto: T3026822
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