CHEIRO DAS CABRITAS
Nasci pra vida com cheiro de mato,
Hoje, o que lá não existe mais é isso;
Saí de lá somando ao meu regaço
Lembranças de uma vida, paraíso.
O mundo aqui é por demais confuso,
De mente suja, peito amortecido;
Tão violentado, mau, estreito e mudo;
Carente de paz e amor, esquecido!
Ver-se no acaso, os traços da loucura,
No fã o egoísmo armando solidão;
Desesperança e falta de lisura,
Fingido abraço exposto na visão!
Ao invés de mato, cheiro gás carbônico,
Um ínfimo espaço, habito reclamando;
Faço de conta que de mim sou dono,
Vou pela vida, apenas me atracando.
Sinto saudade das paisagens lindas
Que ora se alojam em mim, no coração;
Eu preferia o cheiro das cabritas
Que o Zezeca tem lá no seu matão!.