INSÍPIDO E MORNO
Tenho sede do insípido e morno
borbulhar das ideias
como espumas de sabão
em mãos infantis
sede
resto de sabores que vagueiam
em minha língua
sombra alimentada
por restas do sol nas telhas
quebradas da memória
sede e fome
o inóspito ar de cimento
sendo alicerce aos manjares
de ervas finas na sobre-mesa
de agosto
insípido e morno
a vomitar as horas
do relógio de parede
no prato principal do banquete
- pedaços de tempo
condimentando o enfado da mente
sedo.