Miserável existência

Repito inúmeras vezes seu nome em minha mente,

“MELISSA”, “MELISSA”, “MELISSA”.

Acamado por desejos, anseio pelos seus beijos,

pelo seu toque, e teu olhar apaixonado...

em meio a vozes que gritam seu nome em minha mente,

ponho-me a delirar...

necessito de um refúgio, um lugar onde eu possa lhe encontrar

e acalmar assim minha’lma deprimida,

desesperadamente lanço meus olhos reprimidos e cansados

por todas as direções,

e como laminas cortam o horizonte distante a sua procura,

em busca de tão aclamado deleite.

A sua procura me perco no enfadonho da escuridão dos meus olhos

na solidão de minha alma, que apodrece lentamente

dia após dia sem a luz do seu sorriso.

Nesta densa escuridão posso sentir em minha pele

a dor desta velha, pobre e leprosa ferida que consome o meu ser,

farta-se de minha carne, de meus lamentos e extingue-me,

aos poucos, frustrado, desabo-me em carniça, sem o teu carinho,

perdido, doente, largado, sozinho em meus lamentos

a procura de seu precioso olhar,

assim se desfaz minha miserável

e amaldiçoada existência.