Quando...

Quando o sol nascer e eu estiver triste,

Não julgues a razão, ou se é fingimento,

Nem duvides que o terrível mal existe...

E nas veias do coração o ressentimento!

Ao meio dia, no mais forte calor do sol,

A se dissiparem as nuvens no horizonte,

Olharei ao longe, passos lentos do arrebol,

Refletindo águas cristalinas lá da fonte!

E eu, já ansioso pela minha linda tardinha,

Que aguardo todo dia na ponte velha do rio,

Ou à beira da lagoa, brincando de cirandinha!

Quando tudo isso se for e restar o peito frio,

Saibas, amor, que à noite terei a luz da lua,

Como em toda a minha vida tive a vida tua!