Poeta
Vamos pensar na vida, falando de morte
Há quem diga que seja destino de cada um
Que é coisa que já vem escrita ao nascer
Ou ainda, há quem acredite em sorte
Há quem chore, pois perde pra morte o amor
Há quem sofra, pois perde pra morte o carinho
Há que sorria para a morte desejando que ela chegue
Pois nesse mundo, sente-se só, na multidão, sozinho
Nossa vida é feita de escolhas, talvez escolha viver
Pois conheço pessoas que por fora ainda vivem
Mas por dentro são mortas de alma, e sofrem
A alma não sorri, e o corpo deseja morrer
Há quem não tenha vida, mas deseja viver ainda
Sorria mesmo que seja o fim meu amigo, sim
Pois mesmo que esteja em seu leito de morte
A vida sorri mais pra ti, do que já sorriu pra mim
Talvez se não fosse poeta, ninguém saberia minha dor
Talvez se não pusesse no papel toda a dor do meu coração
Eu nem chorasse ao remoer essas magoas dia a dia
E nem estaria incluso nessa noite, na sua oração
Mesmo que morre agora, ou daqui mil anos
Mesmo que viva mais do que desejei um dia
Do meu peito não há amor que tire
Essa dor imensa, essa terrível agonia
Mas e se hoje eu morrer, pense bem
Meu corpo estendido sem vida no caixão
Murmúrios e aquele triste e desesperado choro
Ao fundo alguém balbucia uma triste oração
Adeus poeta, adeus meu grande amigo, adeus amor
É uma linda menina que chora em despedida
Beija me o rosto, lagrimas caem e ela ainda chora
Está tremendo, mas ao sair, me presenteia com uma flor