Poeta

Vamos pensar na vida, falando de morte

Há quem diga que seja destino de cada um

Que é coisa que já vem escrita ao nascer

Ou ainda, há quem acredite em sorte

Há quem chore, pois perde pra morte o amor

Há quem sofra, pois perde pra morte o carinho

Há que sorria para a morte desejando que ela chegue

Pois nesse mundo, sente-se só, na multidão, sozinho

Nossa vida é feita de escolhas, talvez escolha viver

Pois conheço pessoas que por fora ainda vivem

Mas por dentro são mortas de alma, e sofrem

A alma não sorri, e o corpo deseja morrer

Há quem não tenha vida, mas deseja viver ainda

Sorria mesmo que seja o fim meu amigo, sim

Pois mesmo que esteja em seu leito de morte

A vida sorri mais pra ti, do que já sorriu pra mim

Talvez se não fosse poeta, ninguém saberia minha dor

Talvez se não pusesse no papel toda a dor do meu coração

Eu nem chorasse ao remoer essas magoas dia a dia

E nem estaria incluso nessa noite, na sua oração

Mesmo que morre agora, ou daqui mil anos

Mesmo que viva mais do que desejei um dia

Do meu peito não há amor que tire

Essa dor imensa, essa terrível agonia

Mas e se hoje eu morrer, pense bem

Meu corpo estendido sem vida no caixão

Murmúrios e aquele triste e desesperado choro

Ao fundo alguém balbucia uma triste oração

Adeus poeta, adeus meu grande amigo, adeus amor

É uma linda menina que chora em despedida

Beija me o rosto, lagrimas caem e ela ainda chora

Está tremendo, mas ao sair, me presenteia com uma flor

LEANDRO TAVARES
Enviado por LEANDRO TAVARES em 24/05/2011
Código do texto: T2990724