Criatura
Criei você a bico de pena.
Escrevi sonhos, desejos, transparência.
Morro de amores, criatura minha,
nos poemas escritos à luz da lua.
Sinto nos olhos o ódio escravo.
Desejo de vingança!
Foge do controle, poeta errante.
Espero o sol clarear o delírio.
Penso que existe, ofereço o céu.
Na noite escura acalenta meus gritos.
Ao amanhecer morre comigo.