Banzo de um Pássaro

Às vezes fico perplexa, ao ver-me tão triste e só!

Sinto vontades incontidas, de libertar-me de tão horrendo cativeiro.

Sinto extrema sede;

a fome percorre todo meu interior;

O frio protege meu pequeno corpo, fazendo-me companhia!

Às vezes, relembro os doces momentos em que eu vivia

sobrevoando as mais altas montanhas,

zombando dos que pretendiam atingir-me,

subindo e descendo, lá estava eu.

A brisa soprava forte, fazendo com que minhas pobres asas

perdessem um pouco suas penas, e

lá se iam as mais bonitas, que davam um colorido especial,

a quem me visse voar,

a quem gostasse de perder horas e horas vendo e

sentindo as piruetas de meus vôos.

Ah!... Como era gostoso mergulhar de cabeça nas nuvens,

pinotear aos ventos, ficar toda ensopada na chuva,

voar com o pôr do sol, fazendo meu corpo brilhar na água do mar.

Ah!... Como sinto vontade de me libertar outra vez!

Como tenho saudades dos lugares que conheci,

encantados ou não,

é muito melhor que essa prisão!

Mas, sinto que vou libertar-me,

não sei a hora, não sei o dia,

nem mesmo sei quem me libertará,

digo o que presinto,

eu ainda voltarei a voar!...

Mônica Farias
Enviado por Mônica Farias em 25/04/2011
Reeditado em 22/03/2012
Código do texto: T2929890
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