Primeiro porre de amor.
Corrida, turva vista em cada gole.
Descida, íngreme de labor.
Caustica insônia a esperar,
Caos na floresta cinza de pedra.
Você que carrega, mas não sabe aonde leva;
Amargor, rompante de elaboradas seivas,
Místico vislumbrar do desencontro.
O paladar sádico no néctar de estar,
Curvas sinuosas transparentes de desejo,
Eclipse conjugal no ferver dos lençóis.
Insinuo contido em cada gole ingerido,
Doces suspiros que o peito aceita.
Furtiva gota destilada em cilada,
A cada pisada, pobre desalmada,
Pesada dose de concepção.
Destemido coração.
Titular tempera com gelo,
Traição retida, tato dolorido,
Com o licor; deliro.
No fundo do copo
Um escuro exílio.
Próspero sonífero, que insisto
Eu, absinto.
Sem sinto.
Perto do destino tímido
Nego a embriaguez,
Do primeiro gole de amor.