Última Canção
Solte meu braço
suas mãos me machuca
Hematomas de medo.
Não irei contigo
Não pertenço a você.
Na realidade
você não tem a ninguém
tanto menos a mim.
Já não aguento
mais correr.
Não tenho onde me ocultar
Você conhece as trilhas e caminhos
mais do que qualquer um.
Conheces os esconderijos
o oásis do deserto
o escuro da noite.
Me larga, vou escapar
Não te pertenço, não sou teu.
Me esqueça.
Não irei contigo
Meu destino é outro.
Meu caminho é contrário ao teu.
Vá embora
não volte
não quero te ver, te sentir.
Não quero você
perto de mim
e de quem preciso.
Você é cruel
não perdoa.
Vá depressa.
Minhas forças estão escassas
O ar é rarefeito
Já não falo, sussurro.
Solte meu braço
Hematomas de dor.
Não olhes para mim.
Lutarei com o que me sobra
Ao sair, feche a porta.
Tranque-a.
Quero ficar só.
Cantarei uma canção
mesmo que seja a última.
Não tem jeito,
você não irá,
você venceu.
És mais forte que eu
Se não vais...
Irei junto com você
Pra quem fica
Adeus...
Texto escrito em 21/03/2003.