INSÔNIA
a boca aberta da noite
os ecos do silêncio
só as teclas trabalham
não tilintam os copos
não balançam as cortinas
os amantes não sussurram
não há gritos na rua
o barulho acabou
o relógio dorme
o tempo não passa
onde estão os latidos
os galos os gritos
os olhos do sol?
na pequena cama
o corpo exausto
o vazio da tua ausência
e as mil horas dessa noite
que me engole
que me vomita